Il 4 gennaio 2012 la giornalista Alice Pires ha pubblicato [pt, come gli altri link tranne ove diversamente indicato] il seguente messaggio sul suo profilo Facebook:
E quando os Guajajaras [elementos de um dos povos indígenas mais numerosos do Brasil] me ligaram ontem dizendo que o índio que os madeireiros jogaram álcool e tocaram fogo e ficaram assistindo ele queimar até morrer, tinha só uns 8 aninhos de idade não consegui mais dormir….O indiozinho era da etnia Awá-Gwajá, da reserva de Araribóia, município deArame no Maranhão.
Da quel momento la Rete è stata travolta da un'ondata di indignazione e sconcerto per il crudele assassinio della piccola Awá, bruciata viva dai taglialegna nello stato nord-orientale del Maranhão e il cui corpo carbonizzato è stato rinvenuto in un accampamento abbandonato dalla tribù.
Il Consiglio Missionario Indigeno (CIMI) ha confermato che “risultano fondati i sospetti di un attacco sferrato tra settembre e ottobre 2011 all'accampamento di un gruppo di Awá non contattati” e ha fornito inoltre ulteriori dettagli in merito alla vicenda:
O corpo foi encontrado carbonizado em outubro do ano passado num acampamento abandonado pelos Awá isolados, a cerca de 20 quilômetros da aldeia Patizal do povo Tenetehara, região localizada no município de Arame (MA). A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi informada do episódio em novembro e nenhuma investigação do caso está em curso.
Secondo Rosimeire Diniz, coordinatrice del CIMI nel Maranhão, “la situazione è già stata segnalata da tempo. Benché la presenza di taglialegna che mettono a rischio i gruppi di nativi non contattati sia diventata sempre più frequente, non è stata adottata alcuna misura concreta per proteggere questi popoli”.
“Il mondo deve sapere”
Il giornalista Eliano Jorge ha raccolto la testimonianza di un nativo Guajajara, che ha dichiarato:
[…] Os madeireiros estavam comprando madeira na mão dos índios (Guajajara) e acharam uma menininha Gwajá. E queimaram a criança. Só de maldade mesmo. Ela é de outra tribo, eles vivem dentro do mato, não têm contato com os brancos, são brabos.
Il giornalista Luis Carlos Watermill ha invitato però alla cautela:
Renato Santana [assessor de imprensa do CIMI] negou a existência de alguma foto do corpo carbonizado. Só uma investigação oficial da Funai pode confirmar se de fato existe o corpo carbonizado e se de fato é de uma criança. Além disso, é preciso esperar o testemunho direto de alguém que presenciou o episódio para saber se houve crime e, se houve, para identificar os autores.
Reagendo all'articolo di Watermill, la giornalista Niara de Oliveira scrive:
[…]. “Só uma investigação oficial da Funai pode confirmar se de fato existe o corpo carbonizado e se de fato é de uma criança”, mas na denúncia feita pelo jornalista Rogério Tomaz Jr. há o relato de que “os funcionários da Funai na região de Arame são aliados dos fazendeiros e madeireiros locais” e que “não surpreende, portanto, que não haja investigação em curso e que o caso só agora tenha vindo à tona”. Baseada no comportamento do governo federal para apurar o assassinato do cacique guarani em MS e na importância que dão aos povos indígenas quando se trata de beneficiar aliados (empreiteiros, ruralistas, desmatadores, madeireiros, etc) e baseada na importância que a imprensa governista dá aos mesmos povos indígenas, tendo a confiar na apuração do Rogério.
L'ISA (Istituto Socio-Ambientale) riporta sulla sua pagina Facebook una dichiarazione dell'antropologo Uirá Garcia:
De fato, há indícios de que uma criança Awá-Guajá do grupo que vive em isolamento na TI Araribóia, tenha sumido de seu pequeno grupo, desde um encontro que tiveram com um grupo de madeireiros, meses atrás. Os Guajajara que encontraram o corpo comunicaram o ocorrido à Funai, mas nada foi feito. Essa informação já era conhecida por algumas pessoas ligadas aos povos indígenas do MA, a pelo menos 2 meses, porém, pela falta de provas mais concretas, ainda não havia sido divulgada. E agora, me parece que a informação (que pode sim ser verdadeira) “vazou” para a internet.
Il giornalista Rogério Tomaz Jr., originario del Maranhão nonché la prima persona a denunciare il caso nella blogosfera, ha pubblicato un post nel quale ironizza sulle varie ipotesi emerse riguardo alla vicenda, prendendo di mira in particolare coloro che hanno accusato le organizzazioni di nativi e della società civile di mentire o di essersi inventate la storia. Rivolge inoltre una critica feroce ai media per aver fatto passare sotto silenzio quanto accaduto e afferma, disgustato:
Entretanto, se amanhã ou depois um índio der um tapa na cara de um fazendeiro ou madeireiro, em Arame ou em qualquer lugar do Brasil, não faltarão editoriais – em jornais, revistas, rádios, TVs e portais – para falar da “selvageria” e das tribos “não civilizadas” e da ameaça que elas representam para as pessoas de bem e para a democracia.
In un post precedente, l'autore aveva riferito che il personale del FUNAI nella regione in cui è stato commesso il crimine “è colluso con i latifondisti e i taglialegna locali. Non sorprende, quindi, che non ci sia alcuna indagine in corso e che il caso sia venuto alla luce con tanto ritardo”.
Diana Serra, medico e attivista ambientale, esprime la sua indignazione:
Vejam a que ponto está chegando a violência no nosso estado do Maranhão. E o governo nada faz, Os representantes da Justiça nada fazem. Os representantes do povo nada fazem.
[…]
É preciso que o mundo saiba o que acontece no Maranhão. Terra sem lei para os detentores de dinheiro e poder. Alguns, verdadeiros marginais, onde ainda resiste o coronelismo.
Dobbiamo far sapere al mondo cosa succede nel Maranhão, una terra in cui, per chi possiede denaro e potere, la legge non si applica. Un luogo in cui, per pochi, persiste ancora lo spirito del coronelismo [en].
La persecuzione dei popoli nativi
Secondo l'ONG Survival International, “gli Awá sono una delle ultime tribù di cacciatori-raccoglitori nomadi del Brasile. Oltre 60 Awá non hanno mai avuto alcun contatto con l’esterno”. Sul loro sito si apprende inoltre [it] che:
Vivono quasi tutti in riserve legalmente riconosciute ma oggi si ritrovano confinati in lembi di foresta sempre più piccoli sotto l’incalzante invasione illegale di allevatori, coloni e taglialegna che stanno devastando le loro foreste.
Il fotografo Hugo Macedo spiega:
um certo número de Guajá vive na floresta, sem contato permanente com a nossa sociedade. Eles se autodenominam Awá, termo que significa “homem” ou “pessoa”. Os Awá-Guajá em contato permanente vivem no noroeste do estado do Maranhão, nas Terras Indígenas Alto Turiaçu e Caru, ambas já demarcadas e homologadas, estabelecendo um terreno contínuo, em tese menos sujeito às invasões.
Le minacce al popolo Awá da parte di taglialegna, addetti alle prospezioni minerarie e agricoltori interessati a impossessarsi delle loro terre non sono una novità e altri gruppi etnici del Maranhão, come i Canela e i Krikati [it], subiscono la stessa sorte. Da tempo le varie comunità sono costrette a convivere con la paura e le minacce di morte. Nel 2008, nella città di Arame, un bambino Guajajara di 7 anni è stato ucciso a fucilate da un motociclista e sempre nella stessa regione si sono registrati simili atti di violenza e stupri ai danni di indigeni di altre etnie.
Le violenze nei confronti dei popoli nativi in Brasile sono diffuse ovunque e hanno assunto proporzioni allarmanti. Il genocidio perpetrato [it] nei confronti dei Guarani-Kaiowá nel Mato Grosso do Sul sta ricevendo sempre maggiore attenzione [it] da parte dei media alternativi, soprattutto nella blogosfera, ma resta ancora un argomento tabù per i media tradizionali. Il governo federale brasiliano, inoltre, non ha preso alcun provvedimento per rendere noti i crimini e soprattutto per evitare nuove morti.
Numerosi altri popoli tradizionali sono vittime di violenza, commessa nella maggior parte dei casi proprio dal governo federale, che fa uso dell'esercito per intimidire gli abitanti dei Quilombo [it] – discendenti degli schiavi africani – e cacciarli dalle loro terre. Il progetto per la costruzione della diga di Belo Monte costituisce un'altra seria minaccia [en] per la sopravvivenza di intere comunità native nella regione amazzonica.
Un altro pericolo per i popoli indigeni è rappresentato dalla possibile approvazione [en] del nuovo Codice Forestale [it], presentato dal deputato Aldo Rebelo, membro del partito comunista del Brasile e sostenuto da Kátia Abreu, senatrice e proprietaria terriera, entrambi accesi sostenitori di un modello di sviluppo rurale ampiamente criticato dagli ambientalisti.

Gli Awá della comunità di Tiracambu, nei pressi della linea ferroviaria di Carajás in Brasile. © Fiona Watson/Survival
Ricordando un recente caso, rilanciato anche da Global Voices [en] nel maggio 2011, che riguardava la morte di José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, due attivisti brutalmente assassinati dai taglialegna nello stato del Pará, Lucão si unisce alla lista di blogger che hanno espresso il loro profondo sdegno nei confronti delle atrocità commesse nei confronti degli Awá:
Como se não bastasse a brutal agressão que os madereiros promovem constantemente no norte do Brasil contra nossa flora e fauna, -pois derrubando árvores, pássaros e animais são agredidos diretamente-, a coisa agora descambou para a covardia tosca de atrozes bandidos que atrelados à cifras ignoram a vida da floresta e a vida humana.
Il giornalista Carlos Hermes, attonito, si domanda per quanto tempo ancora queste atrocità verranno tollerate:
[…] imagine quantas atrocidades são comendidas [sic] por esses monstros em meio à disputa por mata virgem a ser desmatada e vendida por eles?O índio é um impecílio [sic] histórico a estes sertanistas fascínoras [sic] que destróem a maior riqueza do Brasil. Vivemos isso há mais de quinhentos anos e o Estado inoperante e conivente assiste como se fora algo banal. Até quando? Será que vai ficar impune?